sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Refletindo momentos de um dia

  Ontem no metrô voltando da faculdade, vi uma senhora cega descendo as escadas e resolvi ajudá-la ir até seu destino. Ela veio conversando comigo o caminho todo, e depois que ela seguiu a caminho dela e eu o meu, fiquei refletindo sobre o que falamos na hora.
  Duas coisas me fizeram pensar bastante.
  A primeira, foi quando ela me disse que estava no metrô sozinha porque já não confiava mais nos trabalhadores dali, porque na semana passada havia sido agredida por um dos funcionários, e disse também que não havia sido a primeira vez! Dá pra acreditar numa coisa dessas? Ela disse que já abriu o processo contra eles e tudo mais, e falou sobre mais alguns detalhes que diria serem irrelevantes no momento, mas mesmo assim, não tem cabimento uma coisa dessas né!? Onde já se viu, uma pessoa que tem a deficiência que for ser tratada dessa forma, sendo que tem direitos iguais a qualquer outra pessoa que usa o transporte público? E digo isso porque tenho certeza que não aconteceu só com essa senhora, e principalmente não só com pessoas deficientes, mas com pessoas de idade, grávidas e com aqueles que carregam crianças no colo. E infelizmente é tão comum, que já é considerado "normal", mas não é, e cada vez sei sobre algo do tipo, fico frustrada! O que me deixa mais abismada ainda é o fato de que até quem é pago pra ajudar essas pessoas, faz coisas desse tipo (Vamos deixar claro de que eu não estou generalizando, e muito menos apontando o dedo, mas obviamente há quem faça).
  A outra coisa era sobre o como aquela senhora ficou cega. Me disse que vão fazer 10 anos que ela ficou assim. Foi fazer uma cirurgia e houve um erro médico que não foi concertado. Aparentemente é uma coisa que acontece com uma certa frequência, porque minha avó fez uma cirurgia há pouco tempo, e por um erro médico também quase perdeu a vista. A sorte (para ela) foi que o hospital tratou de concertar o erro "na hora". Fico muito contente por no final ter ficado tudo bem com a minha avó, mas e as pessoas que não puderam ou poderão ter essa chance? Não pesquisei, mas acredito que o número seja muito maior do que imagino, e honestamente não consigo nem pensar o que falar sobre a situação dessas pessoas..
  Seja culpa do sistema de saúde publica, ou seja por culpa dos profissionais.. Seja o que for, gostaria muito que não ocorressem tantos casos desse tipo, ou de qualquer outro, mas aí acredito que não há nada que possa ser feito da minha parte.
  Só sei que toda vez que entro em contato com a experiência de vida de alguém assim, eu sempre fico pensativa, e agradeço muito por ter a vida que tenho, por ter saúde, por ter estudos, por ter uma vida muito mais do que decente. E não quero que nada disso soe convencido, nem nada... Mas acho que as vezes esquecemos da qualidade de vida que temos, até encontrar alguém que passa por algum tipo de dificuldade que não passamos. Acredito que devemos sempre agradecer às dadivas de nossas vidas, seja lá quais forem. Estou errada?



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